Em 2002 estive em Porto Alegre a trabalho e tive a oportunidade de conhecer Gramado, Canela, Três Coroas, Igrejinha, todo aquele circuito turistico.
Gramado localiza-se na Serra Gaúcha, mais precisamente na Região das Hortênsias, tem uma forte influência alemã e italiana, o que foi uma descoberta para mim.
Aproveitei a estadia pelas imediações para visitar o templo budista em Três Coroas, uma das tantas réplicas do Templo de Padmasambava, mas a única construída do modo tradicional fora da Ásia, completando um ano da minha conversão ao budismo é que lá descobri que não sou adepta do budismo tibetano, sou adepta do budismo japonês disseminado por Nitiren Daishonin (www.bsgi.com.br). Me faltava estudar o budismo profundamente naquela época para saber que não sigo um Buda mas que eu própria sou um Buda, que você é e todos nós somos budas; o que nos falta é despertar para esse estado de espírito.
De qualquer maneira fiquei encantada com esse templo do budismo tibetano, as paredes do templo onde acontecem as cerimönias contam a história da vida do Buda Shakyamuni. O teto, também colorido, é todo trabalhado com madeira e a sala é cheia de ornamentos e imagens. Sobre as prateleiras do altar há escrituras e textos sagrados. São o Kanjûr, de 108 volumes que contem 84.000 ensinamentos do Buda histórico que foram recolhidos por seus discípulos, e o Tanjûr de 227 volumes, que são os comentários dos grandes mestres sobre esses ensinamentos. Os textos são em folha solta, meticulosamente copiados e traduzidos para o tibetano à mão e são protegidos por tecidos coloridos que embelezam mais ainda a parte interna do templo. Esses textos, que o Brasil tem o privilégio de abrigar, são o resultado de 6 séculos de trabalho e alguns deles são o último testemunho original do patrimônio tibetano quase destruído com a invasão da China em 1959.
Fora do templo há duas casas de rodas de oração, que são cilindros de metal e madeira gravados com emblemas e preces, que giram no sentido horário durante todo o dia. Dentro das rodas há milhares de mantras escritos em papel. O giro da roda representa a repetição das preces e mantras e o vento que as toca espalha as benções dessas preces para todo o universo. Nos jardins há estátuas, casas de lamparina para homenagens, monumentos que representam as virtudes de Buda e uma replica de uma morada sagrada do Tibet que abrigam as cinzas do Rinpoche. Há também as bandeiras de oração - centenas de bandeiras impressas com mantras que espalham bençãos ao vento.
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